sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Transporte ferroviário: Tendência e Conjuntura


O INE publicou recentemente a estatística trimestral do sector dos transportes (http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=56656449&DESTAQUESmodo=2), onde se constata que o II trimestre deste ano, embora ainda em perda, está a ter quebras menos acentuadas do que no início do ano.

No caso do transporte ferroviário de passageiros tradicional (excluindo metropolitanos e carros eléctricos) sobressai uma tendência global de crescimento desde 2004 até ao presente, com uma taxa média de crescimento anual de 1,0% em termos de passageiros transportados e de 3,4% em volume (passageiros.km). Como sabemos o transporte internacional é actualmente residual (2% dos passageiros.km), pelo que não será relevante nesta análise.
O segmento que revelou um maior dinamismo nos últimos anos foi o transporte interurbano, com uma taxa média de crescimento de 3,6% ao ano naquele período, quando medida através dos passageiros.km, ao passo que a mesma taxa relativa ao transporte suburbano se situou em 2,6%.

Evolução da Procura de Transporte Ferroviário
(imagem INE, doc. citado)
A constatação de que se verifica um crescimento mais rápido do volume de passageiros.km do que dos passageiros transportados permite concluir que as distâncias médias percorridas pelos clientes têm vindo a aumentar de forma expressiva, correspondendo portanto a um aumento da mobilidade, pelo menos dos passageiros que utilizam o transporte ferroviário.

Do ponto de vista conjuntural, este modo de transporte registou porém nos últimos meses decréscimos expressivos, relativamente aos períodos homólogos do ano anterior: -2,4% no I trimestre e - 0,4% no II trimestre.
Esta evolução recente parece pois apontar para que a crise económica e social que estamos a atravessar se tem refletido numa redução da mobilidade.
Embora não seja possível extrair conclusões definitivas por inexistência de informação relativa ao transporte público rodoviário, será portanto de prever uma redução da procura de transporte público, pelo menos no I semestre, provavelmente associada à retracção do volume de emprego, que faz diminuir as deslocações pendulares casa-trabalho, a qual não foi compensada por uma captação de novos clientes ao transporte individual.

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