A orientação para a sustentabilidade dos sistemas de transportes é hoje uma característica quase universal. Porém, os resultados dessas políticas de redução dos custos ambientais do sector dos transportes são muitíssimo variáveis.
Num trabalho em curso na Universidade Portucalense, sobre os sistemas de transportes urbanos nas cidades do noroeste peninsular, efectuou-se uma avaliação da sustentabilidade dos sistemas de transportes urbanos existentes em algumas cidades.
Não tendo sido possível encontrar dados homogéneos sobre a repartição modal (transporte público vs transporte individual), que seria uma forma de avaliar a eficácia das orientações estratégicas em favor do transporte público e da contenção da mobilidade, construiu-se um indicador, que se designou como “Intensidade da Procura do Transporte Público”, correspondente ao rácio entre o número de passageiros no ano e a população residente, representando portanto a média do número de viagens que cada habitante efectua por ano em TP.
Os resultados obtidos nas cidades para as quais se encontraram dados que se considerou apresentarem fiabilidade suficiente parece relevar:
- Uma variação apreciável e esperada entre os valores mínimo, registado em Vila Real e o valor máximo, observado pelo Porto, o que resultará em alguma medida do crescimento do número de deslocações nas cidades de maior dimensão, mas estará também associado a uma menor densidade demográfica em Vila Real;
- Embora não exista uma quantidade de observações que permita ser conclusivo, é de salientar que, de facto, a recta de regressão apresenta uma inclinação positiva, permitindo admitir como provável a relação crescente entre a procura de TP e a dimensão urbana;
- A posição relativamente a essa recta das 4 cidades enunciadas parece revelar que Santiago terá um desempenho, relativo à sua dimensão, melhor do que as restantes, situando-se o Porto e Vigo próximo do valor tendencial e Vila Real abaixo, o que poderá decorrer da maior juventude do sistema.
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